domingo, 18 de novembro de 2012

Navegar é preciso...


Novembro de 1942, as blitz continuam sobre os céus de Londres, e bombardeiros ingleses fazem incursões sobre as principais cidades alemãs. 

Nestes tempos, além das naturais dificuldades de combate, a própria navegação das aeronaves e navios era uma tarefa complexa, realizada através de rádio-navegação: basicamente, uma estação de rádio emite um sinal, com certa intensidade e direção, e este sinal é interceptado pela aeronave ou navio, que o segue ou acompanha, fazendo as necessárias correções em seu curso.

Grandes avanços na navegação aérea e naval foram realizadas durante a 2 GM. Churchill comenta um curioso episódio de "compartilhamento de tecnologia" com a Alemanha.

Submarine detection was not our only problem in this area. The Germans had established two long-range beam stations for enabling their aircraft and U-boats to navigate far out in the Bay and the Western Approaches. One of these was near Brest, and the other in North-West Spain. Our Ambassador at Madrid came to hear about the Spanish station, but instead of trying to get the endless legal and diplomatic controversy, we were advised by Dr. R. V. Jones to use it ourselves. By taking photographs of the equipment we were able to learn how it worked, and henceforward our aircraft and fighting ships were supplied with a first-class position-finding service which they shared happily with the enemy. Coastal Command were in fact able to use it to a greater extent than the German themselves, and it was so efficient that we built several similar beacons for service in Australia and the Pacific.

WSC. The Hinge of Fate, 255-256.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Livros...

Nesta semana, acabei adquirindo mais alguns livros para a coleção. O primeiro pedido foi a trilogia do Richard J. Evans "O Terceiro Reich".

Ela começou a ser publicada no Brasil pela editora Planeta, tendo lançado os "A Chegada do Terceiro Reich ao Poder" e "Terceiro Reich no Poder".

No começo do ano consegui achar nas livrarias o "O Terceiro reich no Poder", mas não consegui em lugar nenhum o primeiro volume "A Chegada do Terceiro Reich". Entrei em contato com a editora, e a publicação está esgotada, e também não há previsão para o lançamento do último volume "".

Fiquei feliz pela Editora Planeta ter começado a publicar os volumes, em português, no Brasil. Mas é uma pena que ela não esteja prevendo reedições/reimpressões ou mesmo o lançamento do último volume. Fica difícil assim...

Desta forma, acabei comprando mesmo pela Amazon. E aí tenho outra surpresa! Mesmo com a taxa do dólar e frete internacional, comprar a edição americana saiu muito mais barato!

Na edição nacional, o primeiro volume só achei na Estante Virtual, e com preços abusivos praticados pelos livreiros. Estão cobrando em torno de R$ 200 o primeiro volume. O segundo você ainda acha em algumas livrarias, por algo em torno de R$ 100. Ou seja, os volumes 1 e 2 saem por R$ 300 no Brasil.

Já na Amazon, com frete e dolar, o três volumes sairam por R$ 121 !!!! Menos que a metade.

No Brasil temos os livros em português, e não precisamos esperar quase um mês pela entrega, contudo, vejo as seguintes vantagens em comprar lá fora: são mais baratos, a encardenação costuma ser muito melhor e não ficamos reféns das péssimas traduções lendo "no original".  O ruim é o prazo de entrega... mas existem rumores que a Amazon logo irá abrir um filial no Brasil, começando com e-books, e depois com livros físicos quem sabe.

Não cheguei a pesquisar, mas tenho esperanças que esses volumes do Richard J. Evans sirvam como uma atualização para os volumes de William L. Shirer. A saber...

Outro conjunto que comprei na Amazon foi o "The Last Lion", a biografia "mais respestada" de Winston Churchill.

"Mais respeitada" porque hoje em dia nem as autobiografias são bem vistas :-) mas pelo menos essa é um trabalho extensivo, que começou na década de 1980 com William Manchester.

Após a publiações dos dois primeiros volumos, William Manchester estando bem doente, pediu a Pau Reed que terminasse o último volume, que trata dos anos de guerra até o falecimento de WSC (originalmente, o livro cobriria apenas até o fim da guerra, mas Reed concluiu que seria de interesse geral a obra cobrir desde o nascimento até o falecimento de WSC).

Assim, após 30 anos, temos a conclusão da obra, totalizando 3008 páginas sobre a história de WSC, com os volumes Visions of Glory 1874-1932; Alone 1932-1940; e Defender of the Realm 1940-1965.

Mal posso esperar para recebê-los e começar a postar sobre eles! Aguardem...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Japones

Tratando rapidamente da Batalha de Midway, WSC aponta ao fim, as principais causas do fracasso japonês, em The Hinge of Fate.

Além da decisão catastrófica de chamar os bombardeiros de volta para se rearmarem e reabastecerem para uma segunda onda de ataques enquanto forças americanas se aproximavam, WSC aponta:

The rigidity of the Japanese planning and the tendency to abandon the object when their plans did not go according to schedule is thought to have been largely due to the cumbersome and imprecise nature of their language, which rendered it extremely difficult to improvise by means of signalled communications.
W.S.C. The hinge of fate. 226

domingo, 4 de novembro de 2012

Darlan

Almirante Darlan
No post anterior, acabei tocando no assunto da armada francesa em Toulon. Procurando nos volumes de Churchill, em The Second World War, acabei localizando um trecho interessante sobre a relação entre Churchill e o Almirante Darlan:

In the closing days at Bordeux Admiral Darlan became very important. My contacts with him had been few and informal. I respected him for the work he had done in re-creating the French Navy, which after ten years of his professional control was more efficient than at any time since the French Revolution. When in December 1939 he had visited England we gave him an official dinner at Admiralty. In response to the toast, he began by remind us that his great-grandfather had been killed at the Battle of Trafalgar. I therefore thought of him as one of those good Frenchmen that hate England. Our Anglo-French naval discussions in January had also show how very jealous the Admiral was of his professional position in relation to whoever was the political Minister of Marine. This had become a positive obsession, and, I believe, played a definite part in his action.

For the rest, Darlan had been present at most of the conferences which I have described, and as he end of the French resistance approached he had repeatedly assured me that whatever happened the French Fleet should never fall into German hands. Now at Bordeaux came the fateful moment in the career of this ambitious, self-seeking, and capable Admiral. His authority over the Fleet was for all practical purposes absolute. He had only to order the ships to British, American, or the French colonial harbours - some had already started - to be obeyed. In the morning of June 17, after the fall of M. Reynaud's Cabinet, he declared to General Georges that he was resolved to give the order. The next day Georges met him in the afternoon and asked him what had happened. Darlan replied that he had changed his mind. When asked why, he answered simply: "I am now Minister of Marine." This did not mean that he had changed his mind in order to become Minister of Marine, but that being Minister of Marine he had a different point of view.

How vain are human calculations of self-interest! Rarely has there been a more convincing example. Admiral Darlan had but to sail in any one of his ships to any port outside France to become the master of all French interests beyond German control. He would not have come, like General de Gaulle, with only an unconquerable heart and a few kindred spirits. He would have carried with him outside the German reach the fourth Navy in the world, whose officers and men were personally devoted to him. Acting thus, Darlan would have become the chief of the French Resistance with a mighty weapon in his hand. British and American dockyards and arsenals would have been at the Liberator of France. The fame and power which he so ardently desired were in the grasp. Instead, he went forward through two years of worrying and ignominious office to a violent death, a dishonoured grave and a name to be execrated by the French Navy and the nation he had hitherto served so well.
 W. S. C. Their finest hour, 201-202.

Churchill: Quinta coluna

Atualizando o último post, segue abaixo um trecho de discurso onde Churchill faz referência a "quinta-coluna". Em 4 de julho de 1940, Churchill pronunciou um discurso na Câmara dos Comuns, sobre a destruição da Armada Francesa (um bom assunto para uma próxima postagem...)

Agradeço a lista de discussão ChurchillChat, e em especial, a Scott Manning pela pesquisa.

In conclusion, I feel that we are entitled to the confidence of the House that we shall not fail in our duty, however painful. The action we have already taken should be, in itself, sufficient to dispose once and for all of the lies and rumors which have been so industriously spread by German propaganda and through Fifth Column activities that we have the slightest intention of entering into negotiations in any form and through any channel with the German and Italian Governments. We shall, on the contrary, prosecute the war with the utmost vigor by all the means that are open to us until the righteous purposes for which we entered upon it have been fulfilled.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Quinta Coluna

Emilio Mola
A um bom tempo quero escrever sobre algumas expressões que usamos no cotidiano que tiveram origens militares. Uma delas é a chamada "quinta-coluna".

A criação do termo é creditada a um General Nacionalista da Guerra Civi Espanhola, chamado Emilio Mola. Reza a história que, durante uma investida contra Madri, Emilio contava com quatro colunas, e ele propagandeou também uma quinta-coluna, formada por militantes nacionalistas que estavam escondidos em Madri, lhe dando suporte.

Assim, o termo quinta-coluna passou a ser empregado com o significado de grupo clandestino, subversivo, que visa minar as intenções de um grupo maior, estando relacionados a ações de sabotagem e táticas de desinformação.

 Mesmo pouco após a sua criação, o temos foi logo usado, começando nos Estados Unidos, no final dos anos 30. Com as nuvens de guerra escurecendo, a necessidade do envolvimento dos Estados Unidos no conflito começou a ficar mais nítida, e o termo foi empregado para apontar possíveis elementos fiéis ao Eixo.

A rápida queda da França também é atribuida por alguns, mais a uma quinta-coluna do que a superioridade germânica daquele momento.

Piada típica:
P: Como dizer "oi" em Francês?
R: Eu me rendo!

Na edição da revista Life, de 17 de Junho de 1940, uma reportagem aponta a existência de quintas-colunas em vários lugares: "There are signs of Nazi fifth column everywhere". Vários países são apontados, incluindo o Brasil, merecendo uma foto do serviço aéreo da Lufthansa que operava no Rio de Janeiro, com o seguinte comentário:

Airline Office of German-owned Condor-Lufthansa company on main street of Rio de Janeiro. Its pilots recently became naturalized Brazilians to keep their jobs. Brazil`s million Germans have 15 Nazi newspapers, four radio stations. An abortive putsch in 1938 was organized by H. H. von Cossel, who then left Brazil, was sent back as "cultural atachè".

Fonte: Revista Life, 17 de junho de 1940, via Google Books.

Veja a reportagem completa aqui.





Dentre vários outros usos, o termo também dá título a um livro de Ernest Hemingway, que também foi adaptado a uma peça.

Saiba mais: